BRISE
Brise 2014 brise de alumínio
I. 0,70 x 0,70 x 0,15 m
II. 0,50 x 1,80 x 0,15 m
III. 0,70 x 1,50 x 0,15 m
IV. 0,50 x 1,38 x 0,15 m
V. 0,27 x 3,51 x 0,15 m
VI. 0,35 x 2,65 x 0,15 m
Brise é um conjunto de estruturas suspensas e biseladas de alumínio, à imagem e semelhança de um repertório industrial – como vem sendo característica última na artista –, configurado por formas geométricas. Uma constelação de “móbiles” heterodoxos que se convertem numa peça só (na razão gestora do arquipélago que vincula a separação) e que, portanto, fala de sua fragmentação como unidades cogeradoras do espaço, assim como de sua levitação-oscilação visual (da tríade peso-volume-espaço).
Contudo, seu lugar aéreo, tão determinante entre o teto e o chão, faz com que sua presença ganhe atributos de instalação móvel perturbadora por enfatizar o horizonte sem fixidez, denotando a passagem do tempo em movimento: o trabalho não é compacto, nem tampouco desagregado ou leve. Brises são estruturas vazadas vinculantes, ou partes para uma obra só. Oscilantes e pendulares, os poliedros dissimiles, em recortes trapezoidais, exercitam um ponto de equilíbrio comum, geral, composto, o que parece estar atrelado à complexidade do nosso contexto de convívio social, não totalizante e dependente da posição de cada um, o que não esconde certo lado abissal.
Esses objetos escultóricos comportam uma natureza virtual ótica, são partes de um alfabeto visual de variações lumínicas, o que corrobora uma partitura (o signo da música nova), algo que também acontece com os timbres móbiles ou móveis de Calder ou de Palatnik, registrando, então, uma escala sonora muda, do reino do silêncio, feita para aquela contemplação, cujo feixe real é o espaço entre, isto é, os movimentos delatados entre as formas propriamente ditas e seu diálogo entre elas, num certo jogo de complementação. Respira-se uma instalação com uma formatação suspensa, recortada, de veneziana e brise-soleil em sobreposição – até de fragmentos colunários –, feita para o olhar de outro destino mais longe, aberto arquitetonicamente. Essa coleção, de acentos escultóricos em pleno ar, insere-se na estirpe tridimensional onde o ar é copartícipe de sua estrutura.
Esses objetos escultóricos comportam uma natureza virtual ótica, são partes de um alfabeto visual de variações lumínicas, o que corrobora uma partitura (o signo da música nova), algo que também acontece com os timbres móbiles ou móveis de Calder ou de Palatnik, registrando, então, uma escala sonora muda, do reino do silêncio, feita para aquela contemplação, cujo feixe real é o espaço entre, isto é, os movimentos delatados entre as formas propriamente ditas e seu diálogo entre elas, num certo jogo de complementação. Respira-se uma instalação com uma formatação suspensa, recortada, de veneziana e brise-soleil em sobreposição – até de fragmentos colunários –, feita para o olhar de outro destino mais longe, aberto arquitetonicamente. Essa coleção, de acentos escultóricos em pleno ar, insere-se na estirpe tridimensional onde o ar é copartícipe de sua estrutura.
Adolfo Montejo Navas, crítico e curador, em texto Ações fronteiriças de ver em Brise, 2019