TAPUME






  





 
Tapume 2013-14 telha de ferro galvalume 2,09 x 0,90 x 0,57 m (unidade)




O material de Tapume são chapas metálicas usadas para telhados industriais que também delimitam terrenos nas cidades. Nas peças escultóricas, seu nome indica o elemento de vedação temporária do espaço urbano, muro de novas construções civis, ou seja, aquilo que impede o olhar, a visão, e protege ou isola uma área provisória com certa vulnerabilidade, em consequência, são uma fronteira.

Nesse trabalho de Eliane Prolik, o conjunto de peças é formado por módulos verticais quase antropomórficos em seu tamanho (em relação a nossa escala e verticalidade), resultado da soma de camadas de chapas (telhados e muros) parafusadas ou estreitadas que lhes dão sustentação. São construções autônomas, celulares, sobretudo, são vazadas. Paradoxalmente, não são muros, já que ampliam perspectivas perceptivas; não só revelam o vazio como aumentam o horizonte que permite contemplar o outro, a alteridade do outro lado, através dos vãos criados, o que inclui nosso reflexo no metal e as múltiplas imagens criadas em cada alvéolo de seus relevos. O prisma e a colmeia que aparecem aqui trazem um senso de coletividade, habitate veículo do nosso ser e estar.


Adolfo Montejo Navas, crítico e curador, em texto Ações fronteiriças de ver em Tapume,  2019