RED AHEAD
Red Ahead, 2015 - video 3’, chapa ACM inox, caixa-módulo em acrílico vermelho e luminária de emergência adesivada
Esta luz vermelha de Eliane Prolik fala
paradoxalmente de duas dinâmicas que convergem e se atritam na simbologia
polissêmica da cor: a dinâmica urbana, pública que risca nosso habitat e nossa
percepção com seus raios de luz (como avisos de segurança, perigo) e a dinâmica
humana (que remete à natureza interna que se embrenha no sangue, à libido, ao
fluxo vital, à história das emoções). Essa dupla encarnação da luz oferece a Red Ahead (2015) sua potência ampla,
suas camadas sensoriais e conceituais mais abertas: é luz embrenhada na pólis e, ao mesmo tempo, no corpus como um fluxo indivisível: entranha
lumínica e fisicalidade visual (interior e exterior de nossa vida tanto coletiva quanto
íntima). Fluxo, portanto, correnteza, movimento, velocidade e, por isso, índice
mais temporal que espacial, apesar das aparências tão fortes e, até diríamos,
ofuscantes em sua espessura do real. Red
Ahead é mais movimento e velocidade que espaço conservado,
estratificado, ainda que não deixe nunca de ser precisamente matriz, nó, ponto
cego que irradia reverberações, ressonâncias (sempre mais inquietantes que
consoladoras).
Esta luz vermelha de Eliane Prolik fala
paradoxalmente de duas dinâmicas que convergem e se atritam na simbologia
polissêmica da cor: a dinâmica urbana, pública que risca nosso habitat e nossa
percepção com seus raios de luz (como avisos de segurança, perigo) e a dinâmica
humana (que remete à natureza interna que se embrenha no sangue, à libido, ao
fluxo vital, à história das emoções). Essa dupla encarnação da luz oferece a Red Ahead (2015) sua potência ampla,
suas camadas sensoriais e conceituais mais abertas: é luz embrenhada na pólis e, ao mesmo tempo, no corpus como um fluxo indivisível: entranha
lumínica e fisicalidade visual (interior e exterior de nossa vida tanto coletiva quanto
íntima). Fluxo, portanto, correnteza, movimento, velocidade e, por isso, índice
mais temporal que espacial, apesar das aparências tão fortes e, até diríamos,
ofuscantes em sua espessura do real. Red
Ahead é mais movimento e velocidade que espaço conservado,
estratificado, ainda que não deixe nunca de ser precisamente matriz, nó, ponto
cego que irradia reverberações, ressonâncias (sempre mais inquietantes que
consoladoras).
Adolfo Montejo Navas, crítico e curador,
em Fluxo e Matriz (ou vice-versa),
texto de cartaz Red Ahead, 2015, MON - Curitiba, Brasil
texto de cartaz Red Ahead, 2015, MON - Curitiba, Brasil